Em consequência de toda degradação do meio ambiente inversão de valores perante a vida, exploração de bens naturais, surge uma força em sentido contrário: O movimento de libertação animal, com a premissa de romper, de maneira efetiva, todas as correntes que aprisionam a vida, em seus valores básicos: o direito de viver.
O tema de libertação animal vem ganhando terreno a cada dia e para saber mais sobre esse assundo entrevistamos o fundador da ONG Projeto Extinção que atua em favor da libertação animal.
“Então há momentos na sua vida que você passa a questionar tudo esses valores, e você passa a perceber que tem algum problema acontecendo né? Que isso de fato que ta acontecendo não pode ser real. Ou seja, essa exploração passa a estar explícita na sua vida, você começa, é como se fosse um pequeno despertar, e aos poucos você começa a se dar conta que esses pequenas atitudes, pequenas atividades que agente pratica no decorrer de forma até automática está totalmente intervindo em outra vidas em outro seres.“
G1: Como se identifica a exploração animal?
PE: É possível reconhecer a exploração animal sob diversas formas, e um ponto é a alimentação, no qual é utilizado o consumo de carne, a morte de animais, gerando toda essa indústria, todo esse comércio, você pode localiza a exploração na parte de cosméticos, ou mais, seria apropriado estética, no qual são realizados testes em animais, esses animais são retirados do seu meio e ali são injetados drogas, hormônios, testes, ou seja uma tortura explícita declarada, só em nome de uma ciência. Você pode localiza a exploração também na questão de entretenimento através de circo zoológico, toda a forma de prazer para o ser humano no qual esteja intervindo em uma vida alheia.
G1: Fale um pouco sobre o especismo.
PE: O especismo nada mais é que subjulgar outro ser pela sua espécie, ou seja, por eu ser de outra espécie eu possuo um valor superior a você a outra espécie no caso, ou seja, eu posso te explorar, posso te utilizar pois eu sou considerado superior. Isso nada mais é, um preconceito que a sociedade ainda está muito fixada tá muito arraigada. O que eu critico muito é essa visão que o homem tem em relação a natureza essa questão do próprio especismo, o homem passa a enxergar a natureza como um bem de consumo, ele já não se considera mais parte dequele meio, ele não se considera como um ser que depende, ele precisa dequela fonte da natureza, ele precisa manter essa relação esses laços, no qual ele faz parte, sua essência. Então uma grande crítica minha é como a sociedade enxerga a natureza, ela enxerga sob os olhos do interesse, do lucro, do sistema. Que nós passamos a enxergar que é normal você ter um pássaro que fica ali como um objeto numa gaiola, num canto da casa, você passa a enxergar através dessa cultura anestesiada, que o sistema cria, você passa a enxergar que é normal ter um animal de estimação, que considera ser de estimação, ou seja, ele está ali pra te servir.
G1: O que é o movimento de libertação animal?
PE: O movimento de libertação animal seria o outra lado da moeda, com se fosse um contra peso, surge um problema e em resposta isso vem o movimento de libertação animal, que nada mais é, indivíduos que resolvem colocar em prática todas as suas teorias sobre direitos dos animais, sua própria conciência com o planeta, então são indivíduos que passam esta agindo e criando formas e meios pra mudar tal situação, e essa intervenção passa a ser considerada uma ação direta, ou seja, ela não pega uma autorização do estado ou do governo, ela não recorre por esses caminhos, porque o governo e o próprio estado está atrás do sistema, ele está dando base para os próprios interesses.
G1: Como nasceu o Projeto Extinção?
PE: O projeto extinção nasceu com o intuito de estar transmitindo essa mensagem para população, através de palestras, manifestações públicas, pacíficas, intervenções urbanas, intervir no meio pra pode propaga uma ideia, palestras com diferentes personalidades envolvida nessa questão animal, ambiental. Então o Projeto Extinção é composto por indivíduos que acreditam que é possivel mudar todo esse cenário, é composto por pessoas que resolvem colocar em prática todas essas idéias, todo esse desejo, esse impulso de ajuda o meio, por que você passa a vê que é uma situação muito emergente, porque agora no momento que a gente está falando, conversando sobre isso, tem animais que estão em jaulas, que estão sofrendo, estão morrendo, e eles não tem como nos chamar, então passa a ser uma questão íntima, de você ajuda da forma que lhe convém, utilizar as ferramentas que estão ao seu redor pra pode mudar essa questão problemática, que é a exploração da terra, exploração animal, a exploração do próprio homem. Projeto Extinção também atua com outros grupos, nacionais e internacionais ligados nessa questão do direito animal, e tem como objetivo final isso, trazer a consciência para as pessoas, tenta ajuda um poco da melhor maneira possível, trazer um pouco dessa realidade que está acontecendo, para as pessoas que talvez nunca refletiram sobre esse assunto, pessoas que estão presas nessa rotina do dia-a-dia, que acabam não refletindo suas próprias atitudes, e a quanto essas atitudes prejudicam ela mesma.
G1: Como esse tema é recebido pela sociedade?
PE: Há muitas pessoas que compartem dessa mesma consciência, dessa mesma ideologia, porém as vezes não colocam isso em prática, fica só como uma vontade interna e ela não exterioriza isso. Mas é possivél ver o quanto a sociedade apoia, ela não está a favor da violência, ela reconhece a paz, ela busca isso. Acredito que todo ser humano tem um potencial em si, capaz de tranformar todo o meio que vive, e não importa a ferramenta que que você está utilizando, se é através de uma conversa com amigo, de um cartaz colado num poste, de uma manifestação feita no centro de São Paulo, não importa se alguns entram em laboratórios para retirarem, salvarem animais, cada um faz o que considera necessário. Então o que tem que ser valorizado é isso, o indivíduo acredita que ele é uma mudança, ele é um ser em potencial de tranformação.
G1: Quais são as formas de atuação do projeto?
PE: Uma forma que o projeto tem muita simpatia em está atuando é na questão da intervenção urbana, ou seja, você modificar o espaço, introduzir uma mensagem, uma ideologia de maneira criatva, e que isso gere uma marca para pessoa, no seu dia-a-dia ela seja impactada com tal informação. Já foi realizado em frente ao Mc`donalds e Habbib`s na cidade de Araraquara, foram disponibilizadas um grande número de cruzes brancas, simbolizando esse funeral, essa morte que a indústria da carne gera para o planeta, essa banalização da vida, e esse, gera a energia que a gente passo para as pessoas que estavam transitando naquele local, esse sentimento de luto, de morte, assim, as pessoas temem as cruzes, então foi um impacto muito grande para quem passava e via todas as cuzes enfileiradas como se fosse um cemitério, isso a população recebeu de uma forma muito forte, pode perceber com os pedestres, os motoristas que transitavam pelo local, o quanto eles apoiavam essa attitude. Há outras manifestações que já foram realizadas no centro de São Paulo, em plena na Oscar Freire, colocando ali para a sociedade, todos os problemas relacionados ao couro,ao uso e consumo de pele de animais, no qual é de larga escala ali, pricipalmente nessa rua de São Paulo, considerada uma das ruas mais caras da América Latina, a Oscar Freire. O projeto já realizou manifestações no centro de São Paulo, na própria paulista, atingindo um número muito grande de pessoas, ou seja, é um trabalho extremamente simples, que cada um pode tá fazendo, basta conciliar a criatividade com a força de vontade, sair dessa sua zona de conforto, extender essa noção de libertade, não apenas ao seu umbigo, mas a todos os seres que compartem desse mesmo planeta, então é você colocar em prática esses valores da vida. O projeto Extinção já realizou palestras na ciadade de Araraquara com a presença da ativista pelos direitos dos animais “Nina Rosa”, no qual possui um trabalho muito forte também.
G1: Como participar do Projeto?
PE: Qualquer um pode ser considerado parte da organização do projeto, basta estar fazendo isso de coração, basta querer mudar os problemas, basta querer corrigir esse cenário de falhas, e criar um mundo no qual todos possam compartilhar da mesma abundância, do mesmo amor universal.
G1: Deixe uma mensagem:
PE: A mudança é agora, a situação é emergencial, para ilustrar, acho que tem essa frase: "Se não você quem? Se não agora quando?". Então é colocar em prática. É lutar por um mundo no qual você acredita ser o correto, pois há vidas em jogo, há vidas que estão te esperando, e depende de você, está em suas mãos, agir ou preferir enxergar que tudo isso não existe.